sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Alina Paim


Acervo sobre Alina Paim:

Esta página apresenta textos sobre a escritora sergipana Alina Paim (1919-2011) Alina Paim - Uma grande escritora esquecida pela crítica Uma revisão histórica da literatura brasileira permite verificar que a escritora Alina Paim, nascida em Estância a 10 de outubro de 1919, embora tenha produzido dez romances, a saber: Estrada da liberdade (1944), Simão Dias (1949 e 1979), A sombra do patriarca (1950), A hora próxima (1955), Sol do meio dia (1961), a trilogia de Catarina composta pelos romances: O sino e a rosa (1965), A chave do mundo (1965) e O círculo (1965), A sétima vez (1969) e A correnteza (1979), e quatro obras dedicadas ao público infantil, encontra-se praticamente desconhecida.

A literatura dessa escritora sergipana centra-se na luta feminina por melhores condições de vida, nas questões políticas, nas discrepâncias entre a educação pública e a privada, além da situação do idoso. Tudo é narrado considerando o contexto social e psicológico no qual as personagens estão inseridas. Felizmente, desde 2007, essa situação começa a se reverter e alguns pesquisadores, motivados pela pesquisa da Professora Dra. Ana Maria Leal Cardoso, tem se dedicado a estudar a obra de Paim. Nos valeremos desses estudos, artigos científicos na sua maioria, para compor um panorama da obra desta valiosa escritora.

Cardoso divide a obra de Alina Paim em dois grupos. Cada grupo parece corresponder a diferentes fases da vida da autora, considerando-se que ela estivera desligada, por algumas vezes, do partido PC do B, para depois tornar a ligar-se a ele. O primeiro corresponde ao realismo social e reflete o engajamento político da romancista junto ao partido comunista: Estrada da liberdade, A sombra do patriarca, A hora próxima, A sétima vez; o segundo corresponde ao viés introspectivo, característico da escritura feminina: Simão Dias, Sol do meio dia, A correnteza e a trilogia de Catarina, composta pelas obras O sino e a rosa, A chave do mundo e O círculo. A citada professora observa que os romances de Paim encerram universos diferentes, mas que são melhores entendidos quando vistos como um projeto artístico no todo.

Consoante Cardoso, Elódia Xavier reforça o caráter múltiplo da obra de Paim no artigo intitulado Alina Paim: duas faces da mesma moeda. Esta pesquisadora revela que apesar do título do seu artigo, “para falar sobre a obra de Alina Paim, o ideal seria apontar para as múltiplas faces da mesma moeda”. No decorrer deste texto, Xavier ressalta o que para ela são as principais características dos textos de Paim: a social e a existencial. Além de Cardoso e Xavier, Rosa Gens em a Fantasia e formação ética na ficção para crianças e jovens de Alina Paim também comenta a diversidade ideológica e estética da escrita desta sergipana.

Uma rápida leitura dos romances Estrada da liberdade e Simão Dias são suficientes para perceber que eles assimilam as experiências da infância e juventude da escritora, podendo inclusive ser considerados como obras autobiográficas, principalmente Simão Dias. Ambos têm suas narrativas centradas nos conflitos entre uma jovem destemida que tenta romper com as barreiras sociais em busca de um mundo mais humano.

No que concerne a ficção infanto-juvenil de Alina Paim, a Professora Dra. Rosa Gens afirma que “a escritora sergipana Alina Paim marca-se pela audácia. Audácia em abordar temas instigantes, audácia ao construir uma escrita inovadora e audácia em transitar por diferentes esferas de realização artística”.

(Texto retirado da dissertação do mestrado de Daniele Barbosa de Souza Almeida).

Foto e texto reprodzidos do blog: joseanafonseca.blogspot.com.br

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 7 de fevereiro de 2014.

2 comentários:

  1. Conheci Alina Paim quando fui contemplado com o prêmio literário que leva seu nome em 2011. Pela sua nota biográfica, nota-se a importância dessa mulher nos vários aspectos em que estava inserida. www.ronperlim.com.br

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    1. Obrigado caro Ronaldo pelo comentário e link. Um abraço, Armando.

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