Publicação compartilhada do site do JORNAL DA CIDADE, de 13 de março de 2023
Autorretrato com Irineu Fontes
Por Thaís Bezerra/JC.
O nosso convidado de hoje é Irineu Fontes. Carinhosamente chamado de Neu Fontes, começou sua vida artística aos 09 anos de idade, estudando no Conservatório de Música de Sergipe.
O nosso convidado de hoje é Irineu Fontes. Carinhosamente chamado de Neu Fontes, começou sua vida artística aos 09 anos de idade, estudando no Conservatório de Música de Sergipe. Tendo como professor João Pires Argollo, participou de festivais, gravou diversos discos e produziu tantos outros. Cantor, Compositor, Produtor e gestor cultural e Publicitário. Foi Secretário Municipal de Cultura de Laranjeiras, Secretário de Estado da Cultura, Diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa entre outros cargos e atividade na gestão pública. Gravou, criou e produziu diversos discos, projetos e espetáculos como a Opera do Milho. Fez e continua fazendo muito pela cultura em Sergipe. Tem brilho próprio e o sorriso é sua marca registrada. Hoje faz revelações para TB.
Nome completo: Irineu Silva Fontes Junior
Momento preferido do dia: São tantos, depende do dia… Mas me sinto bem quando beijo meus netos, ouço a voz das minhas filhas, o som do caminhar da minha mulher e quando sinto as cordas do meu violão, além de um bom vinho a noite.
Um motivo de orgulho? Pessoalmente tenho três grandes motivos, minhas filhas Erica, Tatiana e Tassia. Já profissionalmente meu trabalho como gestor público da cultura.
Trilha sonora da sua vida: Já tive algumas, hoje Onde Deus possa me ouvir e as Minhas canções em parcerias.
Bússola moral: Minha mãe Maria Susete, me deu a vida.
Um talento doméstico: Sou um bom cozinheiro na verdade, um cientista na cozinha.
Uma referência: Muitas, minha avó Marocas, Bisavó Noemi, Jose Calazans, Luiz Antônio Barreto, Ione Sobral entre tantos outras referência.
Qual é a primeira coisa que pensa ao acordar? “Vamos lá, hoje vamos resolver tudo…” (risos) E ai, levanto e sei que vou resolver.
E antes de adormecer? É o momento que mais penso. Atualmente penso no projeto do meu novo trabalho que é em comemoração aos meus 40 anos de carreira profissional na música, disco e livro. Penso também em como fazer melhor no outro dia na Comunicação do amigo Luciano Bispo, e adormeço lembrando momentos dos meus netos Hellen e Luan.
O que mais aprecia em seus amigos? Tenho poucos, mas são muito importantes, cada um do seu jeito, com suas características. Eu gosto deles e nem pergunto se gostam de mim só sinto.
Rede social preferida? Uso para divulgar e deixar registrado coisas, ações e momentos.
Uma mania: Tenho várias. Ter chapéus, violões, vinhos, dar presentes e tarado em gente talentosa.
Qual a sua melhor lembrança do início de carreira? Show Entre Amigos, em 1981. Difícil de produzir, só que muito prazeroso de realizar e ver um lindo resultado.
Em que momento do dia é mais feliz? Sou uma pessoa feliz, faço o que gosto e o que quero. Tenho esposa, filhas e netos maravilhosos, amigos e amigas queridas e ainda canto e toco meu violão…Quero mais o quê?
Por que motivo chorou a última vez? O choro tem que ser de boas lembranças. Aprendi com a minha Bisavó Noemi Brandão que, tudo que dói tem que parar de doer e virar uma boa saudade, uma boa lembrança.
E por que motivo sorriu? Todo o tempo! Não imagino viver carrancudo, mal-humorado, sem olhar para as pessoas e para o mundo raivoso. Gosto de ser carinhoso, atencioso e sorrir, não sou dos que acham “Per multum risum risum sttultus cognoscitur: Muito riso, pouco siso”, preconceito antigo dos mal-humorados. Quem muito ri não tem nada de tolo. Rir, sorrir e dar boas gargalhadas deixam as pessoas mais felizes, saudáveis e conseguem ter uma relação melhor com a vida e as pessoas. Gosto de gente de bom humor, elas são mais criativas e inteligentes. Uma ambição profissional: Penso que ainda posso provar o quanto a cultura vale, não só na lúdica ou no “acarinhar” momentos. A cultura é sustentável e importante, ela é um grande polo de desenvolvimento para o nosso estado. A Cultura é um gerador de emprego e renda. Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Eu, mais bonito e rico… (risos). Nunca pensei nisso, acho que estamos por aqui, por que precisamos estar aqui e fazer o melhor como seres humanos e tentar ser feliz e fazer todos felizes. E onde gostaria de viver? Sempre aqui! E dá sempre um pulinho pelo mundo.
Música marcante? Algumas, dos anos 70 “Cecilia, Mrs. Robinson” de Simon & Garfunkel, “Travessia” de Milton Nascimento, e “Sinal fechado” de Paulinho da Viola que ouvia na minha radiola portátil da Empire, um dos poucos presentes do meu Pai. Nos anos 80, “Bandolins” de Osvaldo Montenegro. Hoje em dia, “Meu Jardim” e “Onde Deus possa me ouvir” de Vander Lee. Última vez que gritou: Um PQP é importante de vez em quando. Uma culinária que faz bem ao paladar: Comida tem que ser feito com amor e atenção, assim sempre será bom para o paladar.
Você tem medo de que? Dos meus sofrerem.
Um cheiro: O de mulher.
Gasta muito com: Violões, vinhos e netos.
Qual a sua idéia de um domingo perfeito? Na cozinha, preparando alguns pratos, ouvindo a algazarra dos meus netos e a voz da minha esposa reclamando, “cuidado meninos”, “Oh, Hellen”, “Fica quieto Luan” (risos), e toda a minha mulherada a mesa.
Uma lembrança da infância: Sempre fui gordinho, então minhas lembranças de infância têm relação com comida ou música, às vezes as duas estavam juntas. Meu avô fazia uns saraus na casa dele, além da boa música tinha um macarrão feito por um senhor de cabelo branco que era uma maravilha… Um dia vi o moço de cabelo branco na televisão e disse a minha mãe, “Esse é o moço do macarrão” e ela, supresa, me disse “Oxe, menino! Esse é o Silvio Caldas!”. E o show Falso Brilhante da Elis Regina. Uma palavra: “Mulher”. Sou cria de uma mulher em uma casa com três irmãs. Casado com outra mulher, três filhas e uma neta mulher.Qual palavra seria melhor?
Qual o seu bem mais precioso? Sem demagogia, é a minha família, minha mãe, minhas irmãs e irmão, minha esposa, minhas filhas e meus netos. Amigos queridos e toda a minha história profissional.
Um hábito do qual não abre mão: De estar junto das pessoas, faze-las existirem.
Um hábito de que você quer se livrar? Venho fazendo isso já algum tempo: ouvir mais e falar menos.
Um gosto inusitado: Não sou chegado a folhas, mas adoro maniçoba pelo cheiro.
Qual o projeto que gostaria de ver aprovado na Câmara? Que o conhecimento da nossa cultura fosse prioridade nas escolas. E a primeira Escola Técnica de Arte e Cultura Memória afetiva: Ouvir a voz da Gena Karla cantando.
Uma imagem marcante: Minha avó América, comigo na maternidade, aguardando minha primeira filha ser trazida para vê-la pela primeira vez. E as primeiras vezes que assisti, Elis Regina, Gena Karla, Cecilia Cavalcante, Rebeca e Ricardo Vieira. O que não come de jeito nenhum: Umas pastas Japonesas.
Um elogio inesquecível: Fui secretário de cultura de Laranjeiras e trabalhei com todos os setores, dos profanos aos religiosos… Um dia, em um evento da cultura popular, algumas senhoras vieram ao meu encontro e disseram “Secretário, somos da macumba”, eu disse que sabia que elas eram dos terreiros (por lá são mais de 27 em atividade). Então elas disseram “Estamos todos fazendo um trabalhinho para o senhor não sair mais nunca da nossa cidade!”. Esse foi o maior elogio que recebi na vida.
Um livro insubstituível: Furacão Elis e Dimensões da cultura de Isaura Botelho.
Que dom gostaria de ter? Ser mais rápido na aprendizagem.
Um filme que sempre quer rever: Revejo muitos filmes, é um hábito normal.
Que pecado comete com mais freqüência? Tantos, não tenho apego a dogmas. Principal qualidade em um homem: Ser transparente, verdadeiro. Um arrependimento: Não tenho, o que tinha que acontecer, aconteceu.
Principal qualidade em uma mulher: A mesma que o homem, a minha [esposa] ainda têm “compreensão”.
Em que situação vale a pena mentir? Em situação nenhuma vale a pena mentir. Mas, não gosto de ver ninguém sofrendo pelos atos errados dos outros.
Lugar inesquecível? Japaratinga/AL e minha juventude em Estância.
Traição é perdoável? Tudo deve ser perdoado e resolvido. É uma decisão pessoal e de momento.
Em que situação você perde a elegância? Em várias, não sou tão elegante assim… (risos), por estar mais velho, procuro fugir das situações ruins.
O que você faria se não fosse proibido? É proibido proibir, já disse Caetano Veloso.
Qual a sua maior realização? Criar e sustentar minha família com a cultura em Sergipe.
Um sonho de consumo? Ter uma produtora móvel de áudio e vídeo, para sair pelo mundo registrando a cultura e seus fazedores.
Uma frase: Minha bisavó Noemi, uma filósofa que me ensinou várias coisas e uma delas foi: “Não viemos para o mundo para ter raiva, e sim para fazer!” (risos) Ela viveu quase 100 anos, acho que estava certa.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net/thais-bezerra
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