Sergipana, escritora, comunista, silenciada e esquecida.
Assim podemos resumir a vida e obra da sergipana nascida no município de
Estância em 10 de outubro de 1919, cuja obra chegou a ser prefaciada e elogiada
por Graciliano Ramos e Jorge Amado. Por ter perdido a mãe ainda pequena Alina
Leite Paim foi criada na cidade de Simão Dias por três tias, com quem teve uma
educação severa e rígida. Militante do Partido Comunista do Brasil e das causas
feministas foi perseguida pelo regime militar, sofrendo perseguições e pressões
de toda ordem inclusive processo judicial conforme relatado pelo pesquisador
Gilfrancisco dos Santos. Além de contribuir com artigos em vários jornais,
Alina escreveu dez romances e quatro livros infantis, tendo alguns deles
editados na Rússia, China, Bulgária, e Alemanha. A Professora Ana Leal Cardoso,
da Universidade Federal de Sergipe, destaca o fato de as obras de Alina Paim
estarem “repletas de personagens femininas e feministas que lutam por um mundo
mais justo. De ‘Estrada da Liberdade’ (1944) a ‘A Correnteza’ (1979), a luta da
mulher por um espaço mais democrático e inclusivo está presente. Sua narrativa
é construída por uma sensibilidade artística bem trabalhada, capaz de traçar
caminhos que levam o (a) leitor (a) a diferentes ‘mundos’: do Nordeste rural à
vida de mulheres trabalhadoras”. No artigo “Alina Paim, uma romancista
esquecida nos labirintos do tempo”, a Professora Ana Leal explica o provável
motivo do esquecimento de sua obra: “talvez pelo fato de ela ser comunista e
suas obras estarem repletas de denso teor socialista (naquela época, um
compromisso com o PCB) que reivindica direitos iguais para todos, o que não
agradava nem ao governo e nem aos empresários do mundo editorial e artístico”.
Alina Leite Paim faleceu no dia primeiro de março de 2011.
Texto e imagem reproduzidos do blog: habeasmentem.wordpress.com